Grande parte das organizações industriais brasileiras construiu sua reputação sobre alicerces sólidos: processos refinados ao longo de décadas, repetição exata, fórmulas consagradas e resultados previsíveis. Aqui reside um paradoxo: nosso instinto busca segurança naquilo que conhecemos, e o “sempre foi assim” se torna uma armadura emocional e operacional. Mas ocorre um fenômeno silencioso: quanto mais investimos na segurança do padrão, mais invisível se torna o risco embutido na repetição cega. Aquilo que foi inovador em um contexto, quando se cristaliza como norma, passa de vantagem competitiva a zona de conforto e, inevitavelmente, a obstáculo ao crescimento.